130 mil roteiros de TV e cinema já foram usados para treinar IA, diz pesquisa 4w2z30
Publicado em 09/06/25 09:00
Um novo relatório do BFI (Instituto de Cinema Britânico, na sigla em inglês) revelou que mais de 130 mil roteiros de TV e cinema já foram usados para treinar inteligências artificiais generativas - majoritariamente, sem prévia autorização dos detentores dos direitos autorais.
O relatório intitulado AI in the Screen Sector: Perspectives and Paths Forward (em tradução livre, IA no Setor Audiovisual: Pespectivas e um Caminho Adiante) destacou que o uso da IA representa "uma ameaça aos fundamentos econômicos do setor audiovisual". Os resultados foram reportados pelo The Guardian.
CEO da Netflix diz que IA pode tornar filmes "10% melhores" do que são"Conforme modelos generativos aprendem a estrutura e a linguagem do roteiro, eles podem ser usados para replicar essas estruturas e criar novos conteúdos por uma fração do custo dos trabalhos originais. Essas capacidades aprendidas podem ser usadas para ajudar criativos humanos, mas também para competir contra os criadores cujo trabalho foi usado para treiná-los", diz o relatório.
O relatório da BFI chega enquanto uma lei tramita no Parlamento britânico, que estabeleceria um novo sistema para o uso de materiais protegidos por direitos autorais no espaço da inteligência artificial. Segundo a proposta de lei, criativos e empresas precisarão optar ativamente pela proibição do uso ao registrar os direitos autorais de uma obra - o que significa que qualquer obra anterior não protegida desta forma seria de uso livre para os modelos de IA.
O Brutalista | Filme usou inteligência artificial de voz e de imagensA legislação foi criticada por vários políticos e executivos do setor audiovisual. Dana Strong, CEO da Sky, comentou que seria "impossível policiar algumas das consequências dessa lei".
O relatório da BFI, enquanto isso, conclui que "o futuro do setor audiovisual pode depender da sua habilidade de se aproveitar o potencial da IA, ao mesmo tempo em que mitiga os seus riscos".
Fonte: Omelete // Caio Coletti